sexta-feira, 29 de maio de 2009

Os cristãos proclamam a esperança para um mundo dividido

A última palavra sobre a história da humanidade pertence a Deus e será uma palavra de vida, como no início da criação, para estabelecer uma nova criação. Numa Igreja ainda dividida e em um mundo sempre em conflito, os cristãos conservam uma atitude de esperança fundada no poder e nas promessas de Deus de transformar as divisões em unidade, o ódio em amor gerador de vida.
A nossa esperança não significa uma expectativa longa e passiva do fim do mundo, mas a preparação da nova criação nascida da ressurreição de Cristo e do Pentecostes. Não esperamos um fim apocalíptico da história humana, mas uma mudança fundamental e radical do mundo que conhecemos. O plano de Deus é que se ponha fim às divisões, às injustiças, às violências e às discriminações. Assim, este mundo estará pronto para participar da glória eterna de Deus.

Deus misericordioso, tu estás sempre conosco, no meio dos nossos sofrimentos e nossas angústias, e conosco estarás para sempre. Ajuda-nos a ser um povo profundamente cheio de esperança, um povo que experimenta a felicidade do teu reino vivendo as bem-aventuranças e se coloca a serviço da unidade que tu desejas. Amém.

(adaptado do subsídio produzido pelo Conselho Nacional de Igrejas Cristãs do Brasil - CONIC)

quinta-feira, 28 de maio de 2009

Os cristãos face ao pluralismo religioso

Frequentemente ouvimos falar de violências que em muitas regiões do mundo são provocadas por fiéis de diversas religiões. Em outras regiões, seguidores de religiões diferentes conseguem conviver em paz.
Os Evangelhos testemunham a abertura de Jesus e dos apóstolos ao diálogo e ao reconhecimento da fé de pessoas que não pertenciam ao povo judeu. As Igrejas se comprometeram a dialogar pela unidade dos cristãos. Durante os últimos anos, o diálogo se tornou importante também para os fiéis de outras religiões, em particular para o judaísmo e o islamismo. Trata-se de conhecer a fé em Deus de pessoas que têm outra história e outra orientação religiosa. Trata-se de contribuir para a promoção da paz por meio do respeito mútuo e de boas relações que ajudem a superar os conflitos.

Senhor Deus, obrigado pela sabedoria que nos transmitem tuas Escrituras. Dá-nos a coragem de abrir nosso coração e nosso espírito ao próximo, seja ele irmão cristão ou de outra religião. Concede-nos a graça de superar as barreiras da indiferença, dos preconceitos, do ódio e do medo. Reforça nossa visão do último dia, quando os cristãos unidos na palma da tua mão com todos os remidos da família humana entrarão na festa da vida eterna. Amém.

(adaptado do subsídio produzido pelo Conselho Nacional de Igrejas Cristãs do Brasil - CONIC)

quarta-feira, 27 de maio de 2009

Os cristãos face às discriminações e aos preconceitos sociais

Deus não admite discriminação entre as pessoas criadas à imagem dele. Mas o pecado entrou no coração dos humanos e criamos diferenças e seleções. Discriminamos pela etnia, pela condição econômica, pela identidade sexual, por ser simplesmente homem ou mulher. Também o fato de pertencer a uma ou a outra religião gera exclusão. Tudo isso é fonte de conflitos e grandes sofrimentos.
Jesus se mostrou particularmente solidário com todas as pessoas excluídas. Não deixou de denunciar todo tipo de discriminação. O desprezo ao próximo não deve ter lugar no coração dos discípulos de Jesus. A unidade cristã está a serviço da recuperação da unidade da família humana. A nossa missão comum é trabalhar para superar todo tipo de discriminação, vivendo com alegria a unidade na diversidade. Essa é também a esperança que nos sustenta: porque todos somos um em Cristo Jesus.

Senhor, abre nossos olhos para que possamos discernir todas as discriminações e exclusões que provocam feridas em nossa sociedade. Ajuda-nos a reconhecer os preconceitos que se instalaram em nós. Que aprendamos a superar todo desprezo e gostar da alegria de viver juntos na unidade. Amém!

(adaptado do subsídio produzido pelo Conselho Nacional de Igrejas Cristãs do Brasil - CONIC)

terça-feira, 26 de maio de 2009

Os cristãos face à guerra e à violência

A unidade das Igrejas cristãs em Deus as habilita a serem testemunhas e operadoras de paz no mundo. A guerra e a violência de todo tipo são os maiores obstáculos para a unidade que Deus doa a toda a humanidade. Quem porá fim à espiral de violência em nosso país e em outros lugares do mundo?
Nós, cristãos e cristãs, também somos tentados a reagir à violência segundo a lógica humana da vingança e do uso da força. Jesus mostra aos discípulos e a toda a humanidade que o círculo da violência se interrompe quando renunciamos a toda violência. O amor de Cristo na cruz nos desafia a superar a violência, a vingança, o uso da força bruta e a guerra com que os humanos costumam resolver seus conflitos.
Bem-aventuradas as pessoas que promovem a paz, porque serão unidas na palma da mão de Deus, como seus filhos e filhas. Essa esperança, baseada na última vitória de Cristo na cruz sobre a violência, nos leva a perseverar na busca da unidade cristã e na corajosa superação de toda forma de guerra e violência.

Ó Senhor, Deus da vida, que cuidas de toda criação, dá-nos a paz! Que a nossa segurança não venha de armas, mas do respeito. Que a nossa força não seja a violência, mas o amor. Que a nossa riqueza não seja o dinheiro, mas a partilha. Que o nosso caminho não seja a ambição, mas a justiça. Que a nossa vitória não seja a vingança, mas o perdão. Desarmados e confiantes, queremos defender a dignidade de toda criação, partilhando hoje e sempre o pão da solidariedade e da paz. Por Jesus Cristo, teu filho divino, nosso irmão, que, feito vítima da nossa violência, ainda do alto da cruz, deu a todos o teu perdão. Amém.

(adaptado do subsídio produzido pelo Conselho Nacional de Igrejas Cristãs do Brasil - CONIC)

segunda-feira, 25 de maio de 2009

Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos: "Unidos na palma de Tua mão" (Ez 37, 17)

Nesta semana, cristãos de diversas igrejas de todo Brasil se unem para rezar pela unidade. Iluminados pelas palavras do profeta Ezequiel, os cristãos lembram que a divisão não faz parte dos planos de Deus. O profeta lutou pela união do povo de Israel, que tinha se dividido em duas partes: Israel e Judá. Assim como eles receberam a promessa que Deus fará dos dois pedaços um só, nós também temos a promessa de que nas mãos de Deus podemos ser tornados uma coisa só, conforme diz o texto bíblico: “Que todos sejam um em Tuas mãos” (Ez 37,17).
As divisões que afligem as comunidades cristãs estão em contradição com a graça de Deus que reconciliou o mundo consigo em Cristo. Além disso, essas divisões prejudicam a causa do anúncio do Evangelho da reconciliação e enfraquecem o testemunho dos discípulos de Cristo no mundo.
Viver em comunhão é uma conversão cotidiana. Junto com o diálogo, o testemunho comum e a missão, a oração pela unidade é um ato da nossa vida pelo qual o Espírito Santo manifesta ao mundo a nossa reconciliação e nos mantém unidos na palma da mão do Pai.

Deus compassivo, tu nos amas e nos perdoas em Cristo, tu quiseste reconciliar todo gênero humano em teu amor redentor. Olha com bondade todos aqueles que trabalham e oram pela unidade das comunidades cristãs divididas. Dá-nos sermos irmãos e irmãs em teu amor. Que possamos ser um na palma de tua mão. Amém.

(adaptado do subsídio produzido pelo Conselho Nacional de Igrejas Cristãs do Brasil - CONIC)

sexta-feira, 22 de maio de 2009

Como se constrói um grupo de jovens?

Um grupo se constrói através da constância da presença de seus elementos na rotina e de suas atividades.
Um grupo se constrói no espaço heterogêneo das diferenças entre cada participante: da timidez de um, do afobamento do outro; da serenidade de um, da explosão do outro; do pânico de um, da sensatez do outro; da seriedade desconfiada de um, da ousadia do risco do outro; da mudez de um, da tagarelice de outro; do riso fechado de um, da gargalhada debochada do outro; dos olhos miúdos de um, dos olhos esbugalhados do outro.
Um grupo se constrói construindo vínculo com a autoridade e entre iguais. Um grupo se constrói na cumplicidade do riso, da raiva, do choro, do medo, do ódio, da felicidade e do prazer.
Vida de grupo dá muito trabalho e muito prazer porque eu não construo nada sozinho, tropeço a cada instante com os limites do outro e os meus próprios, na construção da vida, do conhecimento, da nossa história. Assim o caminho será feito e todos(as) poderão cantar: "por isso vem, entra na roda com a gente, também você é muito importante, vem!"

(texto adaptado de Vanildes Gonçalves dos Santos e Lourival Rodrigues da Silva, artigo publicado no Jornal Mundo Jovem, ed. 294, março/1999, disponível aqui )

quinta-feira, 21 de maio de 2009

Descubra o amor

Pegue um sorriso e doe-o a quem jamais o teve.
Pegue um raio de sol e faça-o voar lá onde reina a noite.
Descubra uma fonte e faça banhar-se quem vive no lodo.
Pegue uma lágrima e ponha-a no rosto de quem jamais chorou.
Pegue a coragem e ponha-a no ânimo de quem não sabe lutar.
Descubra a vida e narre-a a quem não sabe entendê-la.
Pegue a esperança e viva na sua luz.
Pegue a bondade e doe-a a quem não sabe doar.
Descubra o amor e faça-o conhecer ao mundo.

(Mahatma Gandhi; texto publicado no livro Mensagens para o ano todo - Vol. 2, disponível aqui )

quarta-feira, 20 de maio de 2009

Para que serve um grupo de jovens?

Quando convidávamos as pessoas para fazer parte do nosso grupo de jovens, sempre ouvíamos algumas perguntas do tipo: "Para que isso? Grupo de jovens serve para quê?" Tivemos então que buscar novamente as respostas:
- Serve para fazer várias coisas legais e que nos preenchem como jovens e como pessoas humanas.
- É um lugar jóia para fazer novas amizades, contar coisas da vida, partilhar os desejos e sonhos, encontrar amores, poder ajudar as pessoas necessitadas, animar a comunidade, dando um rosto jovem e alegre a ela.
- Viver em grupo é muito bom. É algo natural, faz parte da gente.
- Grupo geralmente é um espaço que nos ajuda na descoberta das outras pessoas e da gente mesmo.
- Grupo é lugar de exercitar a fala, a opinião, o silêncio, defender pontos de vista.
- Portanto, lugar de descobrir, de ter objetivos mútuos, de respeitar as diferenças, construir a identidade.

(texto adaptado de Vanildes Gonçalves dos Santos e Lourival Rodrigues da Silva, artigo publicado no Jornal Mundo Jovem, ed. 294, março/1999, disponível aqui )

terça-feira, 19 de maio de 2009

Magnificat

Deus, como és imenso!
A criança que cresce em meu seio extraordinariamente é a que salvará a todos. Então, estou cheia de Deus!
Escolheu justamente a mim, eu, que não contava para nada.
Assim, habitarei o futuro e viverei na felicidade eterna. É realmente um Deus poderoso, o meu Senhor.
Porque realizou algo imenso e impossível dentro de mim: Deus, tu és santo!
Aos que fazem o que lhe agrada ele olha com amor e ternura: Deus, como és bondoso!
Ele é maior que qualquer um. Pega planos e projetos das pessoas importantes e manda tudo para o espaço.
Reis, presidentes, generais, arranca-os de seus postos e os destrona.
Está ao lado dos humildes e dos pobres: Deus, és rei!
Aos famintos e a quem sente sua falta, alimenta e distribui dons em profusão.
Aos ricos e aos que não precisam de nada, despede de mãos vazias: Deus, és justo!
Sempre manteve as promessas que fez a todos os que viveram antes de nós.
Agora, é ele quem nos ajuda. Não nos abandona e não cessa de amar-nos: Deus, és fiel!

(texto de Giuliana Martirani, do livro A civilização da ternura, ed. Paulinas, disponível aqui )

segunda-feira, 18 de maio de 2009

Por que participar de um grupo de jovens?

“Eu não sou você. Você não é eu. Mas somos um grupo, enquanto somos capazes de, diferenciadamente, eu ser eu, vivendo com você e você ser você, vivendo comigo.”
O que é grupo de jovens cristãos? Relembrando a nossa experiência, a primeira idéia era de um lugar com muitos jovens animados, acolhedores, que falava do evangelho e animava as missas e a comunidade (gincanas, mutirões, festas, festivais, teatros).
Foi isso que vimos e que nos deixou curiosos e desejosos de fazer parte. Mas quando entramos, descobrimos que tinha algo "a mais"! Era exigente, tinha tarefas, brigas, muita reza, treinamentos, estudo.
Tempos depois fomos sentindo que sabíamos e aprendíamos coisas que não se falava na escola ou na família e isso era bom. Descobrimos então que era também lugar de crescimento.

(texto adaptado de Vanildes Gonçalves dos Santos e Lourival Rodrigues da Silva, artigo publicado no Jornal Mundo Jovem, ed. 294, março/1999, disponível aqui )

sexta-feira, 15 de maio de 2009

Eu sou aquela mulher

Eu sou aquela mulher
a quem o tempo muito ensinou.
Ensinou a amar a vida
e não desistir da luta,
recomeçar na derrota
renunciar a palavras
e pensamentos negativos.
Acreditar nos valores humanos
e ser otimista.

Creio na força imanente
que vai gerando a família humana,
numa corrente luminosa
de fraternidade universal.

Creio na solidariedade humana,
na superação dos erros
e angústias do presente.
Aprendi que mais vale lutar
do que recolher tudo fácil.
Antes acreditar do que duvidar.

(Cora Coralina; texto disponível aqui )

quinta-feira, 14 de maio de 2009

Nossa Senhora dos Cuidados Humanos

Mãe, me alegro tanto
ver o globo em tuas mãos!
Mas é globo muito pequeno
e temo que dentro dele
nossas grandes angústias
sofram muita redução.

Olho de novo e descubro:
o globo pequeno
tem justamente a virtude
de reduzir ao tamanho exato
os dramas que nos parecem imensos
e no entanto cabem e sobram
na concha de tuas mãos.

(Dom Helder Câmara; texto disponível aqui )

quarta-feira, 13 de maio de 2009

Benditos sejam

Benditos sejam os idealistas,
...os mensageiros da esperança,
...os baluartes da justiça,
...os guerreiros da paz,
...os guardiões da liberdade,
...os construtores da democracia,
...os artífices de sonhos,
...os edificadores de ideais,
...os arautos da verdade,
...os caçadores da perfeição,
...os escudeiros da renovação,
...os andarilhos da fé,
...os companheiros do diálogo,
...os irmãos da coragem,
...os amigos da perseverança,
...os mestres da paciência,
...os cultivadores da humildade,
...os pregadores da sabedoria,
...os amantes do infinito,
...os pioneiros dos novos tempos.
Benditos os que acreditam, os que transformam todo momento em motivo de esperança, os que fazem de todo trabalho um instrumento para melhorar o mundo e a vida de cada um de nós.
(autor desconhecido)

terça-feira, 12 de maio de 2009

A aranha e a fé

Uma vez um homem estava sendo perseguido por vários malfeitores que queriam matá-lo. O homem, correndo, virou em um atalho que saía da estrada e entrava pelo meio do mato. No desespero, elevou uma prece a Deus da seguinte maneira:
- Deus Todo Poderoso, fazei com que dois anjos venham do céu e tapem a entrada da trilha para que os bandidos não me matem.
Nesse momento, escutou que os homens se aproximavam da trilha onde ele se escondia. Viu também que, na entrada da trilha, apareceu uma minúscula aranha que começou a tecer uma teia. O homem se pôs a fazer outra oração, cada vez mais angustiado:
- Senhor, eu vos pedi anjos, não uma aranha. Senhor, por favor, com tua mão poderosa coloca um muro forte na entrada desta trilha, para que os homens não possam entrar e me matar.
Então, ele abriu os olhos esperando ver um muro tapando a entrada e viu apenas a aranha tecendo a teia. Os malfeitores estavam quase entrando na trilha na qual ele se encontrava. Não havia mais nada a fazer, apenas esperar a morte.
Quando passaram em frente da trilha, o homem escutou:
- Vamos entrar nesta trilha! – disse um dos malfeitores.
- Não, não está vendo que tem até teia de aranha!? Ninguém deve ter entrado por aqui. Vamos continuar procurando nas próximas trilhas.
(autor desconhecido; colaboração da aluna Ana Flávia, do Grupo de Pastoral)

segunda-feira, 11 de maio de 2009

É possível clonar uma mãe?

Mãe é mais que uma pessoa, é uma existência beneficiadora.
Mãe é alguém capaz de libertar-se de si mesma, de abrir mão de suas posses, de sair do centro das cenas da vida somente para dar lugar ao filho,
Mãe, um exemplo pessoal de renúncia, pois sabe isso de experiência própria.
Mãe, um ser “inclonável”!
Pois tudo que a clonagem consegue é reproduzir suas faces e seus gestos de mulher, sua maneira genérica de existir.
Mãe não é “copiativa”, pois não se clona amor. Não se clona altruísmo, renúncia. Não se clona esperança, alegria. Não se clonam valores éticos e espirituais que fazem do homem um ser capaz de conhecer a verdade, amar a Deus e buscar a vida eterna.
(autor desconhecido)

sexta-feira, 8 de maio de 2009

Obrigado, Senhor!

Obrigado, Senhor,
pela mãe que você me deu,
por todas as mães do mundo.
Pelas mães brancas, de pele alvinha,
pelas pardas, morenas ou bem pretinhas,
pelas ricas e pelas pobrezinhas.
Pelas mães-titias, pelas mães-vovós,
pelas madrastas-mães, pelas professoras-mães.
Pela mãe que embala no colo o filho que não é seu
pela saudade querida da mãe que já partiu.
Pelo amor latente em todas as mulheres,
que desperta ao sentir desabrochar em si uma nova vida.
Pelo amor, maravilhoso amor, que une mães e filhos,
eu lhe agradeço, Senhor!

(autor desconhecido; texto disponível aqui )

quinta-feira, 7 de maio de 2009

Violência não se vence com violência (CF 2009 / 17)

A visão corrente, de busca da paz por meio das armas, a chamada paz negativa, é insuficiente para a conquista da segurança pública. A corrida armamentista nunca garantiu segurança ao mundo, mas sempre agravou os temores de uma catástrofe generalizada. A mentalidade simplista de aumentar o poder de fogo dos sistemas repressivos do crime só tem conseguido que o alcance dos conflitos e o número de vítimas inocentes aumente cada vez mais. O número de pessoas vítimas de balas perdidas ilustra bem essa triste realidade.
A superação da insegurança passa necessariamente pelo estabelecimento de novos fundamentos para as relações entre as pessoas. Essas novas relações necessitam de mediações para que possam se sustentar e criar meios de ação eficazes para a superação dos problemas relacionados com a segurança pública.
O Evangelho é a proposta para a formação da consciência das pessoas em vista desses novos relacionamentos. A lógica do amor é o único instrumento eficaz diante das ações violentas. Esta lógica deve ser a base do raciocínio que leva à superação dos conflitos e da violência. Sem ela, a rede de insegurança, de destruição e de morte continuará sendo alimentada.

(texto adaptado do Manual da Campanha da Fraternidade 2009: “A paz é fruto da justiça”)

quarta-feira, 6 de maio de 2009

Oração de São Francisco (CF 2009 / 16)

Senhor, fazei-me instrumento de vossa paz.
Onde houver ódio que eu leve o amor.
Onde houver ofensa que eu leve o perdão.
Onde houver discórdia que eu leve a união.
Onde houver dúvida que eu leve a fé.
Onde houver erro que eu leve a verdade.
Onde houver desespero que eu leve a esperança.
Onde houver tristeza que eu leve a alegria.
Onde houver trevas que eu leve a luz.

Ó, Mestre, fazei que eu procure mais
Consolar que ser consolado,
Compreender que ser compreendido,
Amar que ser amado,
Pois é dando que se recebe,
É perdoando que se é perdoado
E é morrendo que se vive para a vida eterna.

(São Francisco de Assis; letra e música de Padre Irala, sj)

segunda-feira, 4 de maio de 2009

Deus age ao nosso lado, não em nosso lugar (CF 2009 / 15)

Uma das maiores dificuldades para a realização do projeto amoroso e fraterno de Deus é a desilusão das pessoas diante de sofrimentos e dificuldades. É a descrença na possibilidade de superação dos gigantescos problemas que geram conflitos, violência e insegurança. Essa dificuldade deve ser iluminada pela palavra de Jesus, que disse: “coragem, eu venci o mundo” (Jo 16, 35). “A esperança não decepciona” (Rm 5,5) mas, ao contrário, torna-se força que gera superação dessas dificuldades do tempo presente.
Deus é o parceiro solidário do homem na luta contra o sofrimento, a dor e a morte, e está sempre ao lado daquele que se empenha para construir um mundo melhor para si e para os demais.
No entanto, a certeza de que Deus luta ao lado de todos os que agem de boa vontade não deve afastar as pessoas das responsabilidades do tempo presente. Deus age ao nosso lado, não em nosso lugar.

(texto adaptado do Manual da Campanha da Fraternidade 2009: “A paz é fruto da justiça”)

Por que a devoção a Maria?

Se perguntarmos a qualquer pessoa porque a devoção a Maria, ela responderá, sem pestanejar: “Maria Santíssima é minha mãe, minha madrinha, minha mestra, minha diretora e meu tudo, depois de Jesus”.
Essa devoção simples, mas profunda, demonstra como Deus sempre escolheu o que é mais fraco e pobre para confundir os poderosos. Maria sempre se incluiu no conjunto dos humildes, reconhecendo os grandes dons recebidos por pura bondade divina, pelo bem da humanidade: “Minha alma engrandece o Senhor”. Tendo recebido do próprio Jesus o encargo de ser mãe dos filhos da Igreja, ela o cumpre sempre com a maior generosidade.
(padre Roque Vicente Beraldi sacerdote, missionário claretiano; texto disponível aqui )

A Bíblia nos conta que Maria, após ter recebido do anjo a notícia que seria a mãe de Jesus, foi visitar sua prima Isabel, que também estava grávida. Ao encontrar Isabel e ser reconhecida como a mãe do Filho de Deus, Maria entoa um cântico chamado de “Magnificat”. Nesse cântico, Maria chama os cristãos a se sentirem inseridos na história da salvação e proclama que Deus realizou uma mudança nas falsas situações humanas.
No campo religioso, Deus transforma os planos dos soberbos que se crêem auto-suficientes, para colocarem-se contra Deus e oprimirem os homens.
No campo político, Deus muda radicalmente os valores humanos: abate os poderosos e exalta os humildes; ele não quer aqueles que são servidos, mas aqueles que servem os povos.
No campo social, Deus confunde a divisão em classes, fundada sobre as riquezas e outros meios de poder: farta de bens os necessitados e despede os ricos de mãos vazias, para assim instaurar uma verdadeira fraternidade.
(texto adaptado do livro Os jovens rezam, São Paulo: Editora Salesiana, 1999)

Maria contradiz o desespero do mundo. Ela permaneceu fiel ao pé da Cruz. Ela é o símbolo mais completo da nossa verdadeira esperança: ela é cheia de Graça, obra total de Deus. Feliz quem entende que “todas as gerações hão de chamá-la bem-aventurada” (Lc 1, 48).
(Cardeal Dom Eugenio de Araújo Sales, Arcebispo Emérito da Arquidiocese do Rio de Janeiro)

É bom lembrarmos que a nossa devoção a Maria deve fundamentar-se principalmente na imitação de suas virtudes e no seguimento de Cristo. Se imitarmos Maria em sua fidelidade, no seu amor a Deus e aos irmãos, com toda a certeza ela nos conduzirá pelos caminhos de seu filho Jesus.
(Folheto "Deus Connosco", de 08.12.1994, Portugal, disponível aqui)