segunda-feira, 22 de novembro de 2010

A menina do vestido azul

Num bairro pobre de uma cidade distante, morava uma garotinha muito bonita e encantadora. Acontece que essa menina frequentava as aulas da escolinha local no mais lamentável estado: suas roupas eram tão velhas que seu professor resolveu dar-lhe um vestido novo. Assim raciocinou o humilde mestre:
- É uma pena que uma aluna tão encantadora venha às aulas desarrumada desse jeito. Talvez, com algum sacrifício, eu pudesse comprar para ela um vestido azul.
Quando a garota ganhou a roupa nova, sua mãe sentiu que era pena se, com aquele traje tão bonito, a filha continuasse a ir ao colégio suja como sempre, e começou a dar-lhe banho todos os dias, antes das aulas. Ao fim de uma semana, disse o pai:
- Mulher,você não acha uma vergonha que nossa filha, sendo tão bonita e bem arrumada, more num lugar como este, caindo aos pedaços. Que tal você ajeitar um pouco a casa, enquanto eu, nas horas vagas, vou dando uma pintura nas paredes, consertando a cerca, plantando um jardim?
E assim fez o pobre casal. Até que sua casa ficou muito mais bonita que todas as casas da rua e os vizinhos se envergonharam e se puseram também a reformar suas residências. Desse modo, todo o bairro melhorava a olhos vistos, quando por ali passou um religioso que ficou impressionado e disse:
- É lamentável que gente tão esforçada não receba nenhuma ajuda do governo.
E dali saiu para ir falar com o prefeito, que o autorizou a organizar uma comissão para estudar que melhoramentos eram necessários ao bairro. Dessa primeira comissão surgiram muitas outras e hoje, por todo o país, elas ajudam os bairros pobres a se reconstruírem.
E pensar que tudo começou com um vestido azul...
(adaptado de texto disponível aqui )

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Consciência Negra: um dia de reflexão

O dia 20 de novembro foi escolhido para representar o Dia da Consciência Negra no Brasil. O motivo: nessa mesma data, em 1695, morria Zumbi os Palmares, símbolo da resistência negra em uma época em que a escravidão negra dominava o país. Desde lá, segue a luta pela igualdade. Não se sabe muito sobre a história de Zumbi, pois muitos dos registros a respeito dele foram feitos por portugueses que colonizaram o Brasil e podem ter sido distorcidos.
A celebração dessa data vem desde 1971, por iniciativa de ativistas do grupo Palmares, no Rio Grande do Sul. Sete anos depois, o movimento negro brasileiro passou a celebrar a data nacionalmente. Em 2003, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva sancionou a lei 10.639 e incluiu o Dia da Consciência Negra no calendário escolar. Os municípios são livres para escolher se o transformam ou não em feriado. Até então, a única data que propunha uma reflexão a respeito da condição do negro na sociedade era o dia da Abolição da Escravatura, 13 de maio, que é criticado por representar o que na época foi um interesse da população branca, e não um reconhecimento de injustiças com os negros.
(adaptado de texto disponível aqui )

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

O diamante

Um hindu chegou aos arredores de certa aldeia e aí sentou-se para dormir debaixo de uma árvore. Chega correndo, então, um habitante daquela aldeia e diz, quase sem fôlego:
- Aquela pedra! Eu quero aquela pedra.
- Mas que pedra? – pergunta-lhe o hindu.
- Ontem à noite, num sonho, eu vi meu Senhor Shiva e ele disse que eu viesse aos arredores da cidade, ao pôr-do-sol; aí devia estar um hindu que me daria uma pedra muito grande e preciosa que me faria rico para sempre.
Então, o hindu mexeu na sua trouxa e tirou a pedra e foi dizendo:
- Provavelmente é desta que ele lhe falou; encontrei-a num trilho da floresta, alguns dias atrás; podes levá-la!
E assim falando, ofereceu-lhe a pedra. O homem olhou maravilhado para a pedra. Era um diamante, talvez o maior jamais visto no mundo. Pegou o diamante e foi-se embora. Quando veio a noite, ele virava de um lado para o outro em sua cama sem conseguir dormir. Então, rompendo o dia, foi ver novamente o hindu e o despertou dizendo:
- Eu quero que me dê essa riqueza que lhe tornou possível desfazer-se de um grande diamante assim tão facilmente!
(extraído de “Histórias da Tradição Sufi”, disponível aqui )

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

O ferreiro

Era uma vez um ferreiro que, após uma juventude cheia de excessos resolveu entregar sua alma a Deus. Durante muitos anos trabalhou com afinco, praticou a caridade, mas, apesar de toda sua dedicação, nada parecia dar certo na sua vida. Muito pelo contrário: seus problemas e dívidas acumulavam-se cada vez mais.
Uma bela tarde, um amigo que o visitara e que se compadecia de sua situação difícil, comentou:
- É realmente estranho que, justamente depois que você resolveu se tornar um homem temente a Deus, sua vida começou a piorar. Eu não desejo enfraquecer sua fé, mas apesar de toda a sua crença no mundo espiritual, nada tem melhorado.
O ferreiro não respondeu imediatamente. Ele já havia pensado nisso muitas vezes, sem entender o que acontecia em sua vida. Entretanto, como não queria deixar o amigo sem resposta, começou a falar e terminou encontrando a explicação que procurava. Eis o que disse o ferreiro:
- Eu recebo nesta oficina o aço ainda não trabalhado e preciso transformá-lo em espadas. Você sabe como isto é feito? Primeiro eu aqueço a chapa de aço num calor infernal, até que fique vermelha. Em seguida, sem qualquer piedade, eu pego o martelo mais pesado e aplico golpes até que a peça adquira a forma desejada. Logo, ela é mergulhada num balde de água fria e a oficina inteira se enche com o barulho do vapor, enquanto a peça estala e grita por causa da súbita mudança de temperatura. Tenho que repetir esse processo até conseguir a espada perfeita: uma vez apenas não é suficiente.
O ferreiro deu uma longa pausa, acendeu um cigarro e continuou:
- Às vezes, o aço que chega até minhas mãos não consegue agüentar esse tratamento. O calor, as marteladas e a água fria terminam por enchê-lo de rachaduras. E eu sei que jamais se transformará numa boa lâmina de espada. Então, eu simplesmente o coloco no monte de ferro-velho que você viu na entrada de minha ferraria.
Mais uma pausa e o ferreiro concluiu:
- Sei que Deus está me colocando no fogo das aflições. Tenho aceito as marteladas que a vida me dá, e às vezes sinto-me tão frio e insensível como a água que faz sofrer o aço. Mas a única coisa que peço é: “Meu Deus, não desista, até que eu consiga tomar a forma que o Senhor espera de mim. Tente da maneira que achar melhor, pelo tempo que quiser, mas jamais me coloque no monte de ferro-velho”.
(texto de Lynell Waterman, disponível aqui )

terça-feira, 16 de novembro de 2010

Um difícil problema

Um grande sábio tinha três filhos jovens, inteligentes e consagrados à sabedoria. Em certa manhã, eles discutiam sobre o obstáculo mais difícil de vencer na vida. No auge da discussão, prevendo talvez consequências desagradáveis, o genitor benevolente chamou-os e confiou-lhes uma curiosa tarefa. Iriam os três ao palácio do governante, levando alguns presentes. O primeiro levaria um rico vaso de argila preciosa. O segundo levaria uma corça rara. O terceiro transportaria um bolo primoroso feito com receita da família.
Os três irmãos receberam a missão com entusiasmo e partiram para a pequena viagem de três milhas. No entanto, no meio do caminho, começaram a discutir. O irmão que carregava o vaso não concordou com a maneira pela o segundo puxava a corça delicada. Este, por sua vez, dava instruções ao carregador do bolo para que não tropeçasse. Este último aconselhava o portador do vaso valioso para que não caísse.
Os três continuavam o caminho, mas cada viajante permanecia atento às obrigações que diziam respeito aos outros, através de observações acaloradas e incessantes. Em dado momento, o irmão que conduzia o animalzinho, quis arrumar a posição do vaso de argila nos braços do companheiro. Com as inquietações de ambos, o vaso escorregou de repente e espatifou-se na estrada. Com o choque, o distraído condutor da corça perde o governo do animal, que foge espantado, abrigando-se numa floresta próxima. O carregador do bolo avança para tentar evitar a fuga, entrando no mato e fazendo o bolo se perder totalmente no chão.
Desapontados e irritados, os três rapazes voltaram para casa, apresentando cada um ao sábio pai a sua queixa e a sua derrota. O sábio, porém, sorriu e explicou-lhes:
- Aproveitem o ensinamento da estrada. Se cada um de vocês estivesse vigilante na própria tarefa, não colheria a amargura do fracasso. O problema mais difícil do mundo é o de cada homem cuidar dos próprios negócios sem intrometer-se nas atividades alheias. Enquanto nos preocupamos com as responsabilidades dos outros, as nossas viverão esquecidas.
(adaptado de texto de autor desconhecido, disponível aqui )

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Amigos na Rede Mundial

Quando dois homens se encontrarem, sejam de povos, sejam de credos, sejam de classes diferentes... que eles possam sempre dar as mãos como amigos! Se as nossas mãos se encontrarem, poderemos fazer com elas, uma corrente para transformar o mundo... E se cada um de nós for uma semente que o vento espalha, esse sonho poderá se tornar realidade um dia!
A Rede Mundial – a Internet – cria a possibilidade de unir pessoas do mundo inteiro! Ternura, sorrisos, lágrimas, esperanças, invadem os "chips" e o "coração" do computador bate mais forte, provando que o homem conseguiu emprestar emoções à máquina. É fascinante a possibilidade que temos de fazer nossas palavras e nossas emoções percorrerem o espaço virtual, levando a cada cantinho a nossa realidade e os nossos sonhos!
É o momento de pensarmos em nossa responsabilidade, fazendo com que siga em cada palavra digitada, a nossa intenção maior de um mundo com mais amor! Assim se faz a Paz!
(autor desconhecido, disponível aqui )

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Os pássaros solitários

Do lado de um imenso muro de pedras voava um pássaro, como sempre sozinho, pensando na sua eterna solidão. Do outro lado do mesmo muro outro pássaro também voava e lamentava o seu interminável isolamento. Mas do alto de uma nuvem, bem acima de qualquer muro, dois anjos observavam a cena.
Um dos anjos comentou:
- Veja que maravilha! Que sincronismo de vôo! Isto é o verdadeiro amor.
O outro anjo questionou:
- Será que eles nunca se encontrarão?
O primeiro anjo respondeu:
- É claro que sim. Olhe, lá adiante, o fim do muro. Todo muro tem um fim.
E completou:
- Mas se eles se arriscassem a voar mais alto, acima do muro, poderiam se encontrar hoje mesmo.
(texto de Valmor Vieira, disponível aqui )