terça-feira, 16 de novembro de 2010

Um difícil problema

Um grande sábio tinha três filhos jovens, inteligentes e consagrados à sabedoria. Em certa manhã, eles discutiam sobre o obstáculo mais difícil de vencer na vida. No auge da discussão, prevendo talvez consequências desagradáveis, o genitor benevolente chamou-os e confiou-lhes uma curiosa tarefa. Iriam os três ao palácio do governante, levando alguns presentes. O primeiro levaria um rico vaso de argila preciosa. O segundo levaria uma corça rara. O terceiro transportaria um bolo primoroso feito com receita da família.
Os três irmãos receberam a missão com entusiasmo e partiram para a pequena viagem de três milhas. No entanto, no meio do caminho, começaram a discutir. O irmão que carregava o vaso não concordou com a maneira pela o segundo puxava a corça delicada. Este, por sua vez, dava instruções ao carregador do bolo para que não tropeçasse. Este último aconselhava o portador do vaso valioso para que não caísse.
Os três continuavam o caminho, mas cada viajante permanecia atento às obrigações que diziam respeito aos outros, através de observações acaloradas e incessantes. Em dado momento, o irmão que conduzia o animalzinho, quis arrumar a posição do vaso de argila nos braços do companheiro. Com as inquietações de ambos, o vaso escorregou de repente e espatifou-se na estrada. Com o choque, o distraído condutor da corça perde o governo do animal, que foge espantado, abrigando-se numa floresta próxima. O carregador do bolo avança para tentar evitar a fuga, entrando no mato e fazendo o bolo se perder totalmente no chão.
Desapontados e irritados, os três rapazes voltaram para casa, apresentando cada um ao sábio pai a sua queixa e a sua derrota. O sábio, porém, sorriu e explicou-lhes:
- Aproveitem o ensinamento da estrada. Se cada um de vocês estivesse vigilante na própria tarefa, não colheria a amargura do fracasso. O problema mais difícil do mundo é o de cada homem cuidar dos próprios negócios sem intrometer-se nas atividades alheias. Enquanto nos preocupamos com as responsabilidades dos outros, as nossas viverão esquecidas.
(adaptado de texto de autor desconhecido, disponível aqui )

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