terça-feira, 6 de outubro de 2009

Missionário, mediador da paz (Mês Missionário 02)

É um momento difícil para o padre Angel Calvo, missionário claretiano em Zamboanga, no sul da Filipinas. Durante muitos anos colaborou para as negociações da libertação de pessoas sequestradas pelos rebeldes e milicianos. Desta vez ele negocia a libertação de uma amiga, Esperancita Hupita, voluntária da associação cristão-muçulmana Nagbilaab para o desenvolvimento e a paz, que o missionário ajudou a fundar na Ilha de Basilan. Esperancita foi capturada juntamente com Milet Mendoza, voluntária do Christian Children’s Fund, no dia 15 de setembro, por um grupo armado não identificado. Desde então, o padre Calvo mexe seus pauzinhos, a fim de conseguir um contato com os sequestradores.
“Ser mediador é uma parte inseparável da vida de um missionário”, afirma o religioso, há 33 anos nas Filipinas, que se tornaram o seu segundo lar, mesmo sem esquecer a “linda Valladolid”, cidade da Espanha em que nasceu.
“A Missão é sempre uma missão de paz, de reconciliação, para curar as feridas deixadas pela guerra, pelo ódio e preconceito. Todo dia trabalhamos para construir uma nova cultura de paz e fraternidade, que na nossa experiência dizemos que é cristã, mas que está na base também de outras crenças.”
Zamboanga é uma das áreas mais sensíveis do arquipélago. Nela vivem juntos cristãos, muçulmanos e tribais, imprensados no meio do conflito entre o governo central e as várias facções de rebeldes muçulmanos e comunistas.
“O diálogo é a condição fundamental para a Missão na Ásia: o diálogo com os pobres, com as diferentes culturas, com as outras religiões, numa verdadeira dimensão de participação e respeito.”
Nas Filipinas o nome do missionário espanhol está ligado a dezenas de iniciativas para a paz e estreita cooperação entre cristãos e muçulmanos, incluindo o Movimento Inter-Religioso pela Paz, organização de grupos católicos, protestantes, muçulmanos e indígenas, da qual ele é o presidente. “Nestes dias do Ramadã, os membros islâmicos do grupo foram bastante ativos, convidando os cristãos a participar dos momentos do encerramento do jejum: um ato espiritual, no qual, após se purificar com o jejum, agradecem a Deus pela sua misericórdia”, afirma o religioso. É este forte entrosamento com a sociedade, fruto de anos de trabalho em comum, que sustenta a esperança de encontrar, também desta vez, o caminho para chegar aos sequestradores de Esperancita e Milet e obter sua libertação. (Misna, 28 de setembro de 2008)
(adaptado do folder “Celebrações Missionárias 2009”, elaborado pelas Pontifícias Obras Missionárias, disponível aqui )

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