sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Amor maior

Numa aldeia vietnamita, um orfanato dirigido por um grupo de missionários, foi atingido por um bombardeio. Os missionários e duas crianças tiveram morte imediata. As restantes ficaram gravemente feridas e, entre elas, uma menina de oito anos, considerada em pior estado. Chamaram ajuda por rádio e depois de algum tempo, um médico e uma enfermeira da Marinha dos EUA chegaram ao local. Teriam que agir rapidamente, senão a menina morreria devido aos traumatismos e à perda de sangue. Era urgente fazer uma transfusão. Após alguns testes rápidos, perceberam que ninguém da equipe possuía o sangue preciso. Reuniram as crianças e entre gesticulações tentavam explicar o que estava acontecendo e que precisariam de um voluntário para doar o sangue. Depois de um silêncio sepulcral, viu-se um braço magrinho levantar-se timidamente. Era um menino chamado Heng, cujo sangue foi testado e confirmado. O menino foi preparado às pressas ao lado da menina agonizante e espetaram-lhe uma agulha na veia. Ele se mantinha quietinho e com o olhar fixo no teto. Passado alguns momentos, ele deixou escapar um soluço e tapou o rosto com a mão que estava livre. O médico lhe perguntou se estava doendo e ele negou. Mas não demorou muito a soluçar de novo, contendo as lágrimas. O médico ficou preocupado e voltou a lhe perguntar, e novamente ele negou. Os soluços ocasionais deram lugar a um choro silencioso mas ininterrupto. Era evidente que alguma coisa estava errada. Foi então que apareceu uma enfermeira vietnamita, vinda de outra aldeia. O médico pediu então que ela procurasse saber o que estava acontecendo com Heng. Com a voz meiga e doce, a enfermeira foi conversando com ele, explicando algumas coisas e o rostinho do menino foi se aliviando. Minutos depois, ele estava novamente tranquilo. A enfermeira então explicou aos americanos:
– Ele pensou que ia morrer. Não tinha entendido direito o que vocês disseram e estava achando que ia ter que dar todo o seu sangue para a menina não morrer.
O médico se aproximou dele e com a ajuda da enfermeira perguntou:
– Mas se era assim, porque então você se ofereceu a doar seu sangue?
E o menino respondeu simplesmente:
– Ela é minha amiga.
(autor desconhecido; texto disponível aqui )

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