segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Lobos internos

Um menino ficou com muita raiva de um amigo, que lhe havia feito uma injustiça, e contou o fato a seu avô. O velho, em resposta a sua irritação lhe disse:
– Deixe-me contar-lhe uma história. Eu mesmo, algumas vezes, senti grande ódio daqueles que aprontaram comigo, sem qualquer arrependimento daquilo que fizeram. Todavia, o ódio corrói você mas não fere seu inimigo. É o mesmo que tomar veneno, desejando que seu inimigo morra. Lutei muitas vezes contra estes sentimentos...
E ele continuou:
– É como se existissem dois lobos dentro de mim. Um deles é bom e não fere as pessoas. Ele vive em harmonia com todos ao redor dele e não se ofende quando não se teve intenção de ofender. Ele só lutará quando for certo fazer isto. E da maneira correta. Mas, o outro lobo, ah! Esse é cheio de raiva. Mesmo as pequeninas coisas o lançam num ataque de ira! Ele briga com todos, o tempo todo, sem qualquer motivo. Ele não pode pensar porque sua raiva e seu ódio são muito grandes. É uma raiva inútil, pois sua raiva não irá mudar coisa alguma! Algumas vezes é difícil conviver com estes dois lobos dentro de mim, pois ambos tentam dominar meu espírito.
O garoto olhou intensamente nos olhos de seu avô e perguntou:
– Qual deles vence, vovô?
O avô sorriu e respondeu baixinho:
– Aquele que eu alimento mais frequentemente.
(autor desconhecido; texto disponível aqui )

Nenhum comentário: