sexta-feira, 18 de setembro de 2009

Comunidade pote (Mês da Bíblia 05)

Pote é uma vasilha feita de argila. Inicialmente ele se apresenta vazio. É usado para colocar água, porque ele a conserva sempre fria. Nas primeiras vezes que se coloca água no pote novo, ela fica com um gosto de barro. Com o tempo ele se desfaz de seu gosto de barro para manter a água no seu estado natural. Ele vai se deixando encharcar pela água. De seu lado de fora, ele nos mostra, através da umidade, a altura que está a água dentro dele.
Na carta aos Filipenses, São Paulo nos lembra que, para termos os mesmos sentimentos de Cristo, devemos seguir o exemplo do pote: esvaziarmo-nos de nós mesmos e nos encharcarmos de Jesus Cristo.
Na carta aos filipenses, Paulo fala sobre o dia-a-dia da comunidade. Ele insiste para que evitemos as divisões causadas pelo espírito de competição, de concorrência. Ele nos aconselha a não buscar os nossos próprios interesses. Tal atitude nos leva ao fechamento em nós mesmos, querendo nos promover às custas dos outros. Paulo insiste muito na harmonia interna da comunidade, na virtude da humildade. A divisão da comunidade, além de comprometer a unidade do corpo de Cristo, reproduz dentro dela o mesmo esquema egoísta da sociedade injusta.
São Paulo nos lembra que uma comunidade, para ser fiel ao Evangelho, deve ter os mesmo sentimentos que Cristo teve. Ele nos lembra que, para nós darmos espaço para Deus dentro de nós, precisamos nos esvaziar de muita coisa que insiste em ter a primazia em nossa vida. Rezar o Pai-Nosso com mais sinceridade: “seja feita a vossa vontade, assim na terra como no céu”. Quando estou muito cheio de meus interesses, Deus “fica para quando eu puder”, quando eu tiver tempo. Deus fica no “banco de reserva”. Não fazemos igual o pote, que se deixa curtir pela água. A gente deixa de prestar atenção à vontade do Pai. Quando uma comunidade não segue o exemplo de despojamento de Jesus, ela não encontra mais tempo para a reflexão da Palavra, para a oração, para atos de solidariedade. Em vez de comunidade ela se torna uma “comodidade”. Torna-se incoerente, perde a sua credibilidade.
A mensagem final do Sínodo dos Bispos, que aconteceu em outubro do ano passado, em Roma, diz que a Palavra de Deus tem um rosto: Jesus Cristo. Nossos grupos devem ter este rosto, a fisionomia de Jesus. Grupo de reflexão que não tem o rosto de Jesus, não provoca encontro, só faz reunião. Bento XVI, na sua carta “Deus é Caridade” diz que a “finalidade principal de nossa reflexão bíblica não é termos grandes idéias, mas ter um encontro com um acontecimento, com uma pessoa, que dá um novo sentido à vida”.
E você? Já se encontrou com Jesus Cristo? Já descobriu o sentido que ele quer dar à sua vida?
(adaptado de texto elaborado pelo Movimento da Boa Nova, disponível aqui )

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